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CDU lança “quizz” em que expõe visão sobre União Europeia e se demarca de BE e Livre – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 16, 2024

A CDU lançou um quizz sobre as eleições europeias em que, recorrendo a um tom informal e humorístico, expõe a sua visão sobre a União Europeia (UE) e procura demarcar-se do Bloco de Esquerda e do Livre.

Com o título “Sabes tudo sobre a União Europeia?“, o quizz encontra-se na página oficial da CDU e é composto por 16 perguntas que vão de políticas concretas (por exemplo, sobre as pescas ou as listas transnacionais) a temas genéricos, tendo sempre como intuito servir de gancho para a coligação expor a sua visão programática sobre a União Europeia (UE).

Por exemplo, depois de perguntar se Portugal está a receber “rios de dinheiros da UE”, a resposta é “não, saiu do país mais dinheiro do que entrou“.

“Desde 1996, Portugal recebeu em termos líquidos 101 mil milhões de euros de fundos comunitários, mas viu sair do país para outros países da UE, no mesmo período, mais de 168 mil milhões de euros em lucros, dividendos, rendas e juros”, alega o partido, que considera que os fundos “nunca foram uma benesse, mas uma forma de compensação” a Portugal.

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O humor é também uma das ferramentas usadas pela CDU neste quizz que, à pergunta “que sanções teve a França” depois de, em 2018, ter entrado num procedimento por défice excessivo, responde com um “lol”.

“A França não teve qualquer sanção. Ao contrário do que te querem fazer crer, a UE não é uma organização de Estados que se vejam e relacionem como Estados iguais em direitos e deveres”, lê-se na explicação.

Apesar do tom humorístico, a CDU recorre também ao quizz para se demarcar e distinguir de outros partidos de esquerda, em particular do Livre e do Bloco de Esquerda (BE). Na sexta pergunta, a coligação deixa uma “farpa” direta ao BE e à sua cabeça de lista nas últimas eleições europeias, Marisa Matias.

À pergunta, “Quem disse ‘Eu não ponho em causa a entrega de armamento à Ucrânia e que isso fique muito claro’”, são dadas três opções de resposta – Ursula von der Leyen, Joe Biden ou Marisa Matias -, sendo que a única correta é a da atual deputada e antiga eurodeputada do BE.

“Ao contrário de outros, o PCP não se deixa empurrar para o discurso belicista e de apoio à escalada armamentista e ao consequente prolongamento da guerra, com as suas inevitáveis consequências: mais milhares e milhares de mortos, mais destruição de vidas e de bens”, lê-se na explicação.

Também o Livre é alvo de críticas. Numa pergunta sobre quem é favorável à criação de listas transnacionais, a resposta certa inclui o Livre, assim como o Presidente de França, Emmanuel Macron, e “alguns grandes países europeus, que reforçariam ainda mais a sua presença no Parlamento Europeu”.

“A criação de listas transnacionais acentuaria desequilíbrios de representação já hoje existentes. (…) Realmente importante seria defender a necessidade de recuperação dos deputados perdidos por Portugal ao longo dos anos”, lê-se na resposta.

No final, se o utilizador tiver acertado em mais de 12 perguntas, a CDU deixa uma mensagem em tom positivo: “Com este resultado, sabes que não só Portugal precisa de cortar as amarras da União Europeia e do Euro, como estás pronto para mobilizar outros para esta luta”, lê-se.

A par deste quizz, a CDU também lançou uma campanha nas redes sociais que, recorrendo igualmente a um tom informal, simula conversas no WhatsApp com o cabeça de lista da coligação, João Oliveira, que responde a dúvidas hipotéticas de cidadãos.

Uma das perguntas é se “não é importante para o país cumprir as regras do défice orçamental e da dívida”, com João Oliveira a responder que “não é, não”.

“Devem ser as necessidades de desenvolvimento de cada um a determinar a política orçamental e não as regras artificiais, que visam conter o investimento, os salários, das reformas e prestações sociais e diminuir a qualidade dos serviços públicos”, lê-se.

E “António Costa no Conselho Europeu é positivo para Portugal?”. O cabeça-de-lista da CDU não tem dúvidas: António Costa naquele cargo “não representa qualquer mudança no rumo neoliberal, federalista e militarista da UE”.



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