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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, consolida o poder ao iniciar o segundo mandato

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Jun 1, 2024

Após a vitória esmagadora em Fevereiro, o homem de 42 anos deverá governar por mais cinco anos com controlo quase total do parlamento e de outras instituições estatais.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, deverá tomar posse para um segundo mandato, aproveitando uma onda de popularidade que o ajudou a consolidar o seu poder e influência no país.

O homem de 42 anos, que se descreve assumidamente como um “ditador fixe”, foi reeleito em Fevereiro com 85 por cento dos votos. Ele deverá governar por mais cinco anos com controle quase total do parlamento e de outras instituições estatais.

O ex-publicitário e prefeito prestará juramento no Palácio Nacional da capital, San Salvador, no sábado.

A cerimónia contará com a presença de dignitários, incluindo o rei espanhol Felipe VI e o presidente argentino Javier Milei, com quem Bukele partilha a admiração pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, cujo filho e homónimo também participa no evento.

Na sexta-feira, os preparativos para a inauguração foram interrompidos por relatos de que a polícia frustrou um plano para detonar explosivos em locais por todo o país.

Bukele desfruta de índices de aprovação altíssimos devido à sua repressão brutal às gangues criminosas, creditada por devolver um senso de normalidade a uma sociedade cansada de violência.

A campanha atraiu críticas de grupos de direitos humanos, mas fez de Bukele o líder mais popular da América Latina, de acordo com uma sondagem regional.

O partido Novas Idéias de Bukele obteve uma vitória quase limpa nas eleições legislativas, onde obteve 54 dos 60 assentos.

No entanto, os especialistas alertam que a sua prolongada lua-de-mel com os eleitores pode estar a aproximar-se do fim, à medida que as preocupações económicas ultrapassam as preocupações de segurança no discurso público, no meio da elevada dívida pública e do rápido aumento dos preços dos bens de consumo num país onde vive mais de um quarto dos seis milhões de habitantes. na pobreza.

Entretanto, a inflação alimentar ultrapassou os aumentos salariais, enquanto a dívida pública disparou sob o seu comando para mais de 30 mil milhões de dólares, ou 84% do produto interno bruto (PIB) do país.

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa de uma cerimônia de boas-vindas com a ministra das Relações Exteriores de El Salvador, Alexandra Hill Tinoco, enquanto Milei chega para participar da cerimônia de posse do segundo mandato de Bukele [Jose Cabezas/Reuters]

Gangues como um ‘câncer’

Bukele terá ainda mais poder no seu segundo mandato depois de a Assembleia Legislativa ter aprovado uma reforma que lhe tornará mais fácil promover mudanças constitucionais.

O presidente riu das críticas às tendências autoritárias, mas só conseguiu a reeleição depois de uma decisão leal do Supremo Tribunal lhe ter permitido contornar uma proibição constitucional de mandatos sucessivos.

“O que ele demonstrou é que a lei é irrelevante e que pode fazer o que quiser, como quiser”, disse o especialista em políticas públicas Carlos Carcach à agência de notícias AFP, descrevendo Bukele como um presidente “todo-poderoso”.

Com seu traje preferido de jeans e boné de beisebol, o millennial Bukele chegou ao poder em 2019 prometendo esmagar as gangues do país, às quais atribui cerca de 120 mil assassinatos em três décadas – mais do que as 75 mil vidas perdidas na guerra civil de El Salvador de 1980 a 1992.

Durante o primeiro mandato de Bukele, as autoridades prenderam mais de 80.000 supostos gangsters sob um estado de emergência em vigor desde março de 2022 que permite a prisão sem mandado.

Seu governo também construiu a maior prisão da América Latina para mantê-los.

O resultado, vangloriou-se Bukele, foi transformar “a capital mundial do assassinato, o país mais perigoso do mundo, no país mais seguro do Hemisfério Ocidental”.

Mas isso teve um custo.

A Human Rights Watch e a Amnistia Internacional relataram o assassinato e a tortura de detidos e de milhares de pessoas inocentes – incluindo menores – entre os detidos.

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