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sonha com a eleição de dois eurodeputados e acredita que extrema-direita crescerá menos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jun 5, 2024

O Livre repetiu esta quarta-feira aquela que já é uma tradição em campanhas eleitorais, a pedalada por Lisboa, e de olhos postos na meta, a quatro dias das europeias, já sonha com a eleição de dois deputados. “Estava agora a pensar que há 10 anos começamos exatamente aqui, nesta mesma praça, para lançar um partido que, na altura, precisou de cavar o seu espaço”, recordou Rui Tavares.

Em 2014, o agora porta-voz do Livre lançava um partido “de esquerda, verde e europeísta”. Nesse mesmo ano, foram a jogo pela primeira vez, também numas eleições europeias, mas sem eleger, à semelhança das últimas, em 2019. Uma década depois, novamente na zona do Saldanha, de onde partiram para mais uma pedalada Livre, já veem a meta e sonham conquistar dois lugares no Parlamento Europeu.

“Estamos na reta final e muito otimistas com a possibilidade de eleger dois deputados”, disse a outra porta-voz, Isabel Mendes Lopes, que se juntou esta quarta-feira a Rui Tavares e ao cabeça de lista do partido, Francisco Paupério.

Depois de terem estados juntos no evento de abertura da campanha para as eleições europeias de 9 de junho, foi a primeira vez que os três estiveram juntos desde o arranque oficial e os dois porta-vozes reafirmaram a confiança no “número um”.

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“O Livre é um partido europeísta e a Europa sempre foi um dos nossos pilares. Temos sempre trazido a Europa para a discussão pública e numa campanha de eleições europeias, tem de estar no centro da discussão. É isso que o Francisco tem feito”, elogiou Isabel Mendes Lopes.

Antes de subir à bicicleta, o candidato sublinhou precisamente o objetivo daquela ação de campanha, que já se tornou tradição, no contexto do trabalho que quer fazer em Bruxelas.

“É mais um meio que é preciso reforçar e que noutras cidades europeias já tem redes bastante extensas, mas Portugal continua a atrasar os seus projetos“, lamentou, explicando que o percurso entre o Saldanha e o Terreiro do Paço, e os desafios que iriam enfrentar pelo caminho, em plena hora de ponta, serve também para “alertar para mais um problema da cidade, mais um problema da União Europeia” e em que o Livre quer fazer parte da solução.

Ao lado, Rui Tavares foi mais metafórico na explicação. “Diz-se muito da Europa e do projeto europeu que é como as bicicletas: quando paramos de pedalar, caem”, começou por dizer, para esclarecer que andar de bicicleta é como a Europa que pretendem construir.

“Uma Europa mais verde, mais saudável, mais convivial, em que cada pessoa pedala ao seu ritmo, mas todos convergem para um sentido comum”, descreveu.

Ao contrário de Isabel Mendes Lopes, Rui Tavares não quantifica o objetivo para dia 9 e prefere dizer que “quantos mais deputados melhor”, um objetivo bom para o Livre e, sobretudo, para os portugueses.

Olhando para a noite eleitoral, arrisca, por outro lado, num cenário: o Livre será, em comparação com as legislativas de 10 de março, o partido com maior crescimento e a extrema-direita crescerá menos.

“Isso é o sinal de coisas boas para o futuro da política portuguesa”, sublinhando que também no contexto europeu estas são eleições particularmente importantes e que os eleitores “vão finalmente vendo um caminho para derrotar a extrema-direita”.

Finalmente montados nas bicicletas, lá seguiram Francisco Paupério, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, a caminho do Terreiro do Paço e das eleições europeias de domingo, sempre com os apoiantes atrás.

O porta-voz do Livre justificou também o voto contra a nova tabela de taxas dos escalões do IRS propostas pelo PSD e CDS-PP por ajudar “quem já tem mais” e avisou que é preciso dialogar com a esquerda. “Aquilo que o PSD nos apresentou em termos de IRS — e já toda a gente percebeu — é ajudar quem pode mais, ajudar quem já tem mais”, afirmou Rui Tavares, considerando que deixa “verdadeiramente à rasca” quem enfrenta dificuldades económicas.

Em declarações aos jornalistas no início do tradicional passeio de bicicleta do partido em Lisboa em campanhas eleitorais, o porta-voz do Livre justificou o voto contra o texto de substituição à proposta de redução de taxas inicialmente enviada ao parlamento pelo Governo, e que foi chumbado também com os votos contra do PS, PCP e BE e abstenção do Chega.

Em contrapartida, foi aprovada a proposta do PS sobre redução das taxas do IRS até ao 6.º escalão, que mereceu apenas os votos contra do PSD e CDS-PP e a abstenção do Chega. “Qualquer conquista de progressividade no sistema fiscal é uma conquista que vale a pena apoiar”, sublinhou Rui Tavares, para quem a proposta dos socialistas era mais progressiva.

No entanto, o também deputado alertou que para “as verdadeiras conquistas que interessam à classe trabalhadora”, exigem mais trabalho conjunto. “É preciso mais trabalho conjunto, é preciso vir falar com o Livre e com os outros partidos de esquerda”, disse Rui Tavares, que defende que as alterações fiscais devem ser complementadas com o aumento do salário mínimo.

“Se a esquerda quer dar sinais de que é preciso outra governação e quer apresentar propostas alternativas que deixem claro, perante o país, que a direita quer ajudar os que mais podem e que a esquerda quer ajudar a maioria dos cidadãos comuns deste país, então nesse momento é preciso contar com todos”, defendeu.

Questionado, por outro lado, sobre a votação do Chega, que se absteve nas duas votações, viabilizando assim a proposta do PS, Rui Tavares disse que o partido liderado por André Ventura “está numa posição muito equívoca”, entre a defesa dos grandes interesses económicos e um discurso virado para os cidadãos mais desfavorecidos.

“Quando nós apresentamos medidas, como uma proposta de aumento do salário mínimo, aí vamos ver como é que a extrema-direita se posiciona. Algum dia, vai ter de cair de um lado ou do outro e vamos ver, no fim, a quem é que lhes interessa beneficiar”, explicou.



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