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Três filmes para ver esta semana – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jun 6, 2024

Nome de referência da geração que começou a filmar logo após o 25 de Abril, Luís Filipe Rocha é um dos mais talentosos, consistentes e sérios cineastas portugueses, autor de fitas tão importantes como A Fuga (1978), Adeus, Pai (1996), Camarate (2001) A Passagem da Noite (2003) ou Cinzento e Negro (2015). Mas talvez por culpa do livro que adapta, da autoria de João Ricardo Pedro, O Teu Rosto Será o Último não vai constar desta lista, apesar de lá reconhecermos o gosto do realizador pelo romanesco e pelo narrativo, o seu cuidado na construção das personagens, na escolha dos atores para elas e na encenação de época e dos locais (a história começa no campo, a 25 de Abril de 1974, e depois avança no tempo e para Lisboa) e a vontade de contar uma história com pessoas, situações, emoções e implicações dramáticas veristas e que calem fundo no espectador. O Teu Rosto Será o Último tem como protagonistas Duarte, um jovem com um dom para o piano, e o seu pequeno círculo familiar, e é atipicamente arrastado, mortiço, átono e sensaborão, com momentos de um pretensiosismo embaraçoso (as crises estético-existenciais com os compositores que o Duarte já adulto tem) e uma conclusão cheia de revelações, coincidências e relações laboriosas e inverosímeis, quando não mesmo ridículas (ver a história da mão artificial do pianista austríaco). Até mesmo um realizador como Luís Filipe Rocha tem direito a um dia mau, que no caso parece ter resultado de uma escolha infeliz do material literário.

Ishana Night Shyamalan, filha de M. Night Shyamalan, estreia-se na realização de longas-metragens com um filme de terror cujo enredo evoca imediatamente os do pai (que também produz). Mina (Dakota Fanning), uma jovem artista de visita à Irlanda, perde-se numa extensa floresta do oeste do país que não está referida em nenhum mapa. Até que surge uma mulher que a incita a segui-la se não quer perder a vida, e Mina vê-se fechada numa estrutura com uma grande parede de vidro e um sistema elétrico que é ativado ao cair da noite. É nessa altura que aparecem umas estranhas criaturas, não se sabe se alienígenas, se sobrenaturais, que vêm observar os seus cativos humanos, e quem não chegar à estrutura a tempo, terá uma sorte terrível.

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Passado na Toscânia na década de 80, A Quimera é a nova realização da italiana Alice Rohrwacher e centra-se em Arthur (Josh O’Connor, de Challengers), um antigo arqueólogo e académico inglês que acaba de ser libertado da cadeia e vai reencontrar um grupo de tumbaroli (ou assaltantes de túmulos antigos), com os quais se envolveu porque tem para as ancestrais tumbas etruscas o mesmo dom que os vedores para a água: Arthur pega numa varinha, caminha durante algum tempo, e onde para, deteta uma sepultura milenar cheia de objetos e de antiguidades, e com o esqueleto ocasional. O bando vende depois o saque a um misterioso recetador chamado Spartaco, que nunca viram ou ouviram por trabalhar com um intermediário. A Quimera foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.



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