• Sáb. Jul 27th, 2024

Itália vota nas pesquisas da União Europeia, Giorgia Meloni posicionada como poderosa corretora

Itália vota nas pesquisas da União Europeia, Giorgia Meloni posicionada como poderosa corretora

As pesquisas sugerem que o partido Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni, poderia vencer com 27 por cento dos votos.

Bruxelas:

A Itália se tornou a primeira nação de peso pesado a votar para o próximo parlamento da UE no sábado, em um teste à força da líder de extrema direita Giorgia Meloni em casa – e à influência futura no bloco.

A maioria dos 27 países membros da União Europeia, incluindo as potências França e Alemanha, vão às urnas no domingo, o último dia, com os resultados globais previstos a serem divulgados no final da noite.

As primeiras assembleias de voto já foram abertas no território francês da Nova Caledónia, no Pacífico, local de tumultos mortais este mês.

A votação de dois dias em Itália – a terceira maior economia da UE, com 76 dos 720 assentos no novo parlamento – poderá ter grandes consequências.

Meloni votou no seu círculo eleitoral de Roma, sob as temperaturas sufocantes do final da primavera, dizendo aos jornalistas que a disputa pela UE “vai moldar os próximos cinco anos”.

As pesquisas sugerem que o partido Irmãos da Itália, de Meloni, pode vencer com 27 por cento dos votos – mais do que quadruplicando sua pontuação em relação a 2019 – em meio a uma onda mais ampla de grupos de extrema direita em todo o bloco.

Walter Esposito, um romano de 78 anos, votou no partido dela em protesto contra as políticas ambientais da UE, queixando-se: “A Europa sempre tentou esmagar a Itália e o povo italiano”.

No outro extremo do espectro político, Carlotta Cinardi, uma estudante de 18 anos, disse não encontrar nenhum partido que “representasse 100 por cento as minhas ideias” – mas votou nos verdes como o “mais progressista em relação aos jovens”.

Uma vitória poderia colocar Meloni como um mediador poderoso na determinação se a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, obtém o apoio de que necessita, tanto dos Estados-membros como do Parlamento, para um segundo mandato.

Meloni tem sido ativamente cortejado tanto pela centro-direita von der Leyen – como pela líder francesa de extrema-direita, Marine Le Pen, que quer criar um supergrupo de direita na UE.

Mas um diplomata europeu alertou contra a superestimação da sua influência.

“Meloni terá influência nos interesses italianos, na comissão, no parlamento”, disse o diplomata, que pediu para não ser identificado. “Ela vai jogar o jogo. Mas isso faz dela uma fazedora de reis? Não.”

Por enquanto, Meloni mantém as cartas fechadas – embora deixe claro que pretende relegar os partidos de esquerda da UE para a oposição.

– Alianças –

A preocupação pública com o fluxo de migrantes irregulares através do Mediterrâneo foi uma das principais questões que impulsionaram Meloni ao poder em 2022.

Em toda a UE, a imigração é a questão polémica que impulsiona o apoio aos partidos de extrema-direita. Prevê-se que conquistem um quarto dos assentos no Parlamento – embora a corrente centrista ainda seja vista como vencedora.

Dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se em cidades de toda a Alemanha no sábado, pedindo um voto contra a extrema direita, com o partido anti-imigração AfD a registar cerca de 15 por cento.

Para além do aumento previsto, os analistas dizem que a grande questão é se o principal grupo do parlamento, o Partido Popular Europeu (PPE), de von der Leyen, se aliará à extrema-direita.

Von der Leyen indicou vontade de que o PPE trabalhe com legisladores de extrema direita, desde que sejam pró-UE e não o que ela chama de “fantoches” do presidente russo Vladimir Putin.

Por estes motivos, Von der Leyen descartou explicitamente a possibilidade de se aliar ao Rally Nacional (RN) de Le Pen, que está no topo das sondagens francesas, ou à AfD da Alemanha.

Ambos os partidos – ao contrário do de Meloni – estão desconfiados do apoio militar e financeiro da UE à Ucrânia contra as forças invasoras da Rússia, sendo a AfD abertamente hostil às entregas de armas.

Na Hungria – onde dezenas de milhares de pessoas se manifestaram no sábado em apoio ao líder da oposição Peter Magyar – o partido populista Fidesz, de Viktor Orban, também se opõe a continuar a ajudar Kiev.

– Eslováquia abalada –

A Itália votava no mesmo dia que a Eslováquia, membro da NATO e da UE desde 2004, abalada por uma tentativa de assassinato no mês passado contra o primeiro-ministro Robert Fico.

Os eleitores reuniram-se no campo amigo da Rússia de Fico após o tiroteio – que ele atribuiu à “política agressiva e odiosa” da oposição.

As autoridades disseram que a tentativa de assassinato, cometida por um poeta de 71 anos, teve motivação política.

Jozef Zahorsky, um professor de 44 anos, disse que votou no partido nacionalista de esquerda Smer-SD, de Fico, porque este representava “os interesses da Eslováquia, não de Bruxelas”.

O partido de Fico opõe-se às entregas de armas da UE para ajudar a Ucrânia a repelir a invasão da Rússia e critica os alegados “fomentadores da guerra” em Bruxelas.

Em uma postagem no Facebook, Fico postou uma fotografia sua votando em sua cama de hospital. Ele instou os eleitores a “elegerem legisladores do Parlamento Europeu que apoiem os esforços de paz, não a busca pela guerra”.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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