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A Polónia vai deixar de fornecer armas à Ucrânia e começar a “defender-se com as armas mais modernas”, disse o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, na quarta-feira à noite a uma televisão do país.
O governante frisou que a Polónia se rege segundo o princípio “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. “Nós aderimos a esta regra e, portanto, fizemos grandes encomendas [de armas]”. Quando questionado se iria continuar a dar apoio militar a Kiev, Morawiecki confirmou que “a Polónia já não transfere quaisquer armas para a Ucrânia”.
As declarações do chefe do governo polaco surgem depois de o discurso de Zelensky nas Nações Unidas ser mal recebido em Varsóvia. O Presidente ucraniano afirmou que o “teatro político” em torno da importação de cereais “só ajuda Moscovo”, mencionando indiretamente a Polónia, Hungria e Eslováquia. Zelensky disse ainda que “alguns países na Europa estão a ajudar a preparar um palco para o surgimento de um ator de Moscovo”.
A Polónia não gostou e chamou o embaixador ucraniano no país para lhe transmitir o seu “forte protesto contra as afirmações feitas pelo presidente Zelensky na assembleia geral da ONU ontem [terça-feira], alegando que alguns países da UE fingiram solidariedade enquanto apoiavam indiretamente a Rússia”.
Apesar de a União Europeia ter posto fim à proibição de importação de cereais ucranianos que vigorava para cinco países do leste, a Hungria, a Polónia e a Eslováquia já disseram que irão impor as suas próprias restrições. Um anúncio que mereceu de imediato a crítica de Kiev. Na prática, tudo se mantém: têm surgido notícias de que camiões ucranianos com cereais têm sido barrados em algumas fronteiras.