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Da moderada à mais radical, direita vence eleições europeias. O “centro vai aguentar-se”? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jun 10, 2024


“É um bom dia para o Partido Popular Europeu (PPE).” A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não escondia a alegria na noite deste domingo, ao ter conhecimento dos resultados eleitorais dos partidos de centro-direita em toda a Europa, prometendo ser a “âncora da estabilidade” nos próximos anos. Apesar do clima de euforia, havia um senão no discurso da alemã: o crescimento dos partidos à sua direita. A líder comunitária assumiu essa realidade e garantiu que será um “bastião contra extremistas”.

Feitas as contas, o PPE reforçou a sua representação popular em relação a 2019. À sua direita, aconteceu o mesmo. Por exemplo, em França, a União Nacional (RN) de Marine Le Pen, cujo cabeça de lista era Jordan Bardella, obteve um resultado histórico, angariando cerca de 30% de votos e obtendo o dobro dos votos do Renascença, partido do atual Presidente francês e que pertence à família política dos liberais. Sem perder tempo, e devido à dimensão da derrota, Emmanuel Macron anunciou este domingo a dissolução da Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas já para dia 30 de junho.

Em França e noutras partes da Europa, os liberais foram uns dos grandes derrotados da noite. Perderam representação parlamentar — cerca de 19 eurodeputados — e estarão numa posição mais frágil numa possível repetição da coligação entre socialistas e populares. Além disso, o Partido Reformista da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, passou de primeiro para terceiro lugar nestas europeias. E o partido do ainda chefe do executivo neerlandês, Mark Rutte, o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD) fraquejou (ficando atrás da aliança de centro-esquerda com verdes e da extrema-direita de Geert Wilders).

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À esquerda dos liberais, o panorama não é melhor. Os socialistas europeus não têm grandes motivos para sorrir, vencendo apenas as europeias em Malta, Países Baixos, Portugal e Suécia. Perderam quatro eurodeputados face a 2019 e sofreram uma humilhação na Alemanha — com o pior resultado de sempre. Ainda assim, Nicolas Schmit, candidato a presidente da Comissão pelo S&D (Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas), evitou falar numa derrota, preferindo usar o termo “segundo lugar sólido”.

Outra família política que sofreu uma derrocada nestas europeias foram Os Verdes. Revelação nas últimas europeias, o grupo político ficou aquém do esperado e perde cerca de 18 eurodeputados. Ainda que tenham vencido na Dinamarca, uma surpresa nesta noite eleitoral, o resultado está longe de ser positivo. Ainda mais à esquerda, a Esquerda Unitária também perdeu dois eurodeputados e não contribuirá para uma solução governativa.

No outro lado do hemiciclo, a situação é bem diferente e existe uma sensação de triunfo. Para além da vitória da União Nacional, a primeira-ministra italiana e cabeça de lista dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, venceu as europeias no seu país. Na Hungria, apesar de um novo rival ter aparecido e ter conseguido roubar alguns eurodeputados, o Fidesz voltou a vencer. E, em certos Estados-membros, os partidos mais à direita subiram consideravelmente, ainda que a tendência não tenha sido uniforme.



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