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Depois dos relógios, são os anéis a ficar inteligentes. Mercado vai “ganhar atenção” com entrada de Samsung e Apple – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 7, 2024

Atualmente, os smartrings têm preços médios na faixa dos 300 dólares, cerca de 277 euros. Abaixo do que é o preço médio de um smartwatch e, principalmente, de modelos mais caros nas opções da Samsung, Apple e da Garmin, nota Francisco Jerónimo, da IDC. E isto pode tornar os anéis mais interessantes para “quem não quer gastar tanto dinheiro”.

E, acredita, haver “uma série de marcas a entrar neste segmento fará com que os preços naturalmente caiam”. O Galaxy Ring, da Samsung, deverá rondar os “250/300 euros”, na ótica deste analista — até agora, a empresa não especificou preços. Os detalhes sobre o anel da Samsung são escassos – no final do lançamento do smartphone Galaxy S24 a empresa mostrou apenas um vislumbre do anel e expôs o produto no Mobile World Congress, em Barcelona.

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Por agora, sabe-se que também a Honor está a trabalhar num anel inteligente, de acordo com uma entrevista do CEO, George Zhao. “Internamente, temos este tipo de solução, estamos a trabalhar para que no futuro possam ter um anel da Honor”, disse à CNBC.

Os analistas do mercado tecnológico reconhecem que, de uma forma geral, poderá haver “alguma sobreposição de funcionalidades” entre os relógios e os anéis inteligentes, sugere Avi Greengart, da Techsponential.

Embora a Oura só venda anéis, muitas das outras marcas interessadas nesta tendência têm smartwatches no portefólio. Os anéis poderão roubar algumas das vendas? O analista Kane McKenna, da CSS Insight, acredita que sim, mas que empresas como a Samsung ou a Apple “estão conscientes da ameaça de canibalização” do segmento dos relógios.

“Os próximos um a dois anos vão ser interessantes porque vamos entrar num período em que, pela primeira vez, as empresas vão vender tanto relógios como anéis inteligentes”, continua. Terá de haver “atenção” em relação ao público-alvo e também “na forma como vão posicionar os dois produtos [no mercado] para limitar a ameaça”.

Francisco Jerónimo acredita que continuará a existir uma diferenciação entre os públicos dos dois produtos. “Quem quer um smartwatch quer ter funcionalidades mais avançadas”, seja de notificações ou de prática desportiva, enquanto quem procura um smartring poderá querer um gadget mais simples. “Mas também vai haver utilizadores que vão ter os dois. O anel como principal fonte de recolha para os sinais vitais e o relógio para tudo o resto”. O que poderá ser mais uma oportunidade para as empresas “expandirem o número de aparelhos por utilizador”, assegura.

O analista da IDC refere ainda outra oportunidade de negócio: a venda de subscrições, pegando justamente no exemplo da Oura, que tem uma subscrição mensal de 6 euros para garantir o acesso à análise de registos. “É uma oportunidade para vender serviços e a análise dos dados recolhidos”, detalha. Para já, quem comprar um anel não é obrigado a ter uma subscrição, mas este responsável admite que, no futuro, isso possa passar pelos planos das empresas. “Acredito que a Samsung também venha a disponibilizar uma subscrição com o anel.”

A finlandesa Oura, a empresa mais conhecida no segmento destes gadgets, está na ribalta desta categoria de nicho desde 2019. Nos dados da IDC, tinha em 2023 uma quota de mercado de 80%, muito à frente dos 12% da Ultrahuman, a responsável pelo Ring Air e a segunda marca mais vendida deste segmento.



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