Portugal saiu do primeiro jogo do Euro 2024 com uma vitória tirada a ferros contra a República Checa e onde a exibição criou perguntas, dúvidas e inquietações. Assim como o onze inicial de Roberto Martínez, desde logo, tinha criado perguntas, dúvidas e inquietações.
Ainda assim, e já a pensar no encontro do próximo sábado contra a Turquia, é possível perceber através dos números e das estatísticas o que aconteceu na Red Bull Arena de Leipzig. Desde a posse de bola às ações na área adversária, onde Portugal dominou, passando pelas ações defensivas no meio-campo contrário e a distância percorrida, onde a República Checa levou a melhor, são vários os indicadores que espelham os mais de 90 minutos.
???????? FINAL | ???????? Portugal 2 – 1 Chéquia ????????
???? Sofrido, como não podia deixar de ser
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É a típica estatística que todos viram a olho nu e sem necessidade de olhar para os números — e que vai à boleia dos passes completos, com 622 contra 178. Portugal foi muito superior à República Checa no que toca à posse de bola e nunca abdicou desse fator, assumindo a iniciativa do jogo e começando a construir logo na linha do meio-campo e com o objetivo de procurar os escassos espaços que existiam.
Ainda assim, a posse de bola portuguesa foi muito consentida pelos checos, que preferiam atuar em bloco baixo e com os setores muito próximos para depois explorar a profundidade e a transição rápida. Portugal teve muita bola, mas foram raros os momentos em que conseguiu criar desequilíbrios e furar a densidade populacional que existia no último terço da República Checa. Faltou definição à Seleção Nacional, que chegava perto da área mas não conseguia fazer entrar o último passe para criar uma finalização.
???????? 20′ | ???????? Portugal 0 -0 Chéquia ????????
Selecção com 71% a posse e claramente projectada pelo lado “experimental”, com Nuno Mendes muito endiabrado, já com 36 acções #PORCZE #EURO2024 pic.twitter.com/OEdreEheO0
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É a única estatística em que a República Checa ganhou a Portugal, à exceção das faltas cometidas. Os checos correram mais do que os portugueses, sensivelmente mais cinco quilómetros, e o número explica-se não só pelas transições ofensivas que fizeram em profundidade como pelo pouco espaço de que a Seleção Nacional despendia para acelerar.
Portugal colocou sempre a linha defensiva na zona do meio-campo, atacando através de Vitinha a partir daí, mas os passes eram curtos e as acelerações praticamente impossíveis. Só Rafael Leão e Nuno Mendes conseguiram imprimir alguma velocidade nos corredores e somente na primeira parte, com a equipa de Roberto Martínez a atuar numa área de ação muito reduzida onde se jogava praticamente a passo.
Existe sim. Aqui está o mapa de passes de Bruno Fernandes:
– Eficácia acima da sua média, e do que é normal para um jogador que tenta passes mais arriscados
– 3 passes falhados em zona a evitar, de facto#PORCZE #GoalPointFacts #RatersGonnaRate pic.twitter.com/YajEoQbbC4— GoalPoint (@_Goalpoint) June 18, 2024
Uma das estatísticas mais improváveis, mas que ajuda a explicar a incapacidade portuguesa na hora de criar oportunidades de golo e a forma como os checos criaram a situação que os colocou em vantagem. Portugal recuperou poucas vezes a bola no meio-campo adversário, ou seja, começava a construir muito atrás e raramente se viu em situações de superioridade numérica ou transição ofensiva.
Em sentido oposto, a República Checa apostou precisamente nos escassos momentos em que conseguiu pressionar alto e jogou com o erro português, lançando imediatamente a profundidade para explorar as costas de Rúben Dias, Pepe e Nuno Mendes. A ausência de João Palhinha fez-se notar, por muito que Pepe fosse o elemento solto que procurava servir como espécie de pivô à frente dos outros centrais, e a Seleção não teve muita intensidade no momento da reação à perda da bola.
???????? 40′ | ???????? Portugal 0 -0 Chéquia ????????
Aqui está, finalmente o posicionamento médio e tendêndias de passe de Portugal até agora. Flanco direito “morto”, tudo pela esquerda
(Nuno Mendes é o 19 e Cancelo o 20)#PORCZE #EURO2024 pic.twitter.com/86ULXyG0dg
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A goleada da noite — ainda que também ajude a detalhar os aspetos negativos da exibição da Seleção Nacional. Portugal tocou muitas vezes na bola dentro da área da República Checa, mas raramente com perigo ou com possibilidade de rematar à baliza de Jindřich Staněk. A equipa de Roberto Martínez foi sempre mais rendilhada do que vertical, mais desenhada do que direta, e isso obrigou a passes e toques redundantes e confusos num espaço já muito populado como a grande área.
Aqui, podemos ainda juntar os 13 cantos praticamente infrutíferos de que Portugal beneficiou. Sem apostar na versão curta da bola parada e sempre com cruzamentos para a área e pelo ar, os portugueses raramente tiveram hipótese nos duelos físicos contra adversários mais altos, mais fortes e mais corpulentos.
???????? Portugal ???? Chéquia ????????
Cristiano Ronaldo ???????? ficou em branco mas fez um jogo muito presente, com a curiosidade e não ter falhado nenhum dos 21 passes que tentou, algo raro num avançado, sendo a eficácia de remate a “mancha”, muito influenciada pelo desperdício da situação mais… pic.twitter.com/N227KifxMX
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A ligação mais comum na Seleção Nacional, com 22 passes concluídos, foi entre Pepe e Nuno Mendes. O lateral tornado central foi a surpresa no onze inicial de Roberto Martínez e procurou mostrar trabalho durante a primeira parte, lançando-se em arrancadas mais interiores que deixavam o corredor para Rafael Leão e João Cancelo — logo, sendo o recetor preferencial das saídas a jogar de Pepe, que tentava sempre explorar a velocidade do jogador do PSG.
Por outro lado, os 22 passes entre Pepe e Nuno Mendes também espelham a tarefa que o central adotou no jogo contra a República Checa. A jogar pelo meio, com Rúben Dias e Nuno Mendes a serem os responsáveis pelo controlo da transição adversária, Pepe assumiu a função de primeiro elemento da construção e ainda procurou ser uma espécie de sombra de João Palhinha na hora de ser o obstáculo inicial ao ataque contrário.
???????? Portugal ???? Chéquia ????????
Nuno Mendes ???????? foi mais vítima do que culpado da original experiência de Roberto Martínez: o lateral convertido em central esteve melhor na primeira que na segunda parte mas fartou-se de lutar, vencendo 11 duelos (máximo do jogo) em 20 disputados e… pic.twitter.com/np0FhvVPAP
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