No PS não há dúvidas de que Luís Marques Mendes deu o pontapé de saída, de forma calculada, para as presidenciais de 2026, marcando lugar na linha de partida. O “se um dia achar que posso ser útil ao país tomarei essa decisão” deixado em antena pelo comentador da SIC no último domingo é, para já, a frase da rentrée política — mas não sobressalta os socialistas, que olham para a declaração como um problema da direita e não mostram pressas em clarificar nomes do seu lado. A estratégia do PS para essa corrida eleitoral é nula, com o partido a apontar a uma divisão da direita e com esperança de que isso a nivele com a incapacidade socialista de ter um candidato presidencial óbvio — que já dura há anos.
António Guterres, António Vitorino, António Costa ou mesmo José Sócrates. Qualquer um destes nomes foi, a dado momento da história do PS, colocado como uma hipótese incontornável em eleições presidenciais. Mas o futuro não trouxe (nem parece trazer) nenhum deles, pelas mais diversas razões, e isso volta a deixar o partido descalço para presidenciais e longe de poder vir a influenciar Belém, num jejum que arrisca chegar a 30 anos.
Ainda assim, os socialista contactados pelo Observador consideram ser “muito cedo” para falar em presidenciais e há mesmo quem antecipe que “seria um suicídio” ter um nome agora. “Há que dar tempo ao tempo”, comenta este mesmo socialista, que atira qualquer decisão sobre o assunto para o final do próximo ano, “a seguir às Europeias”. Um dirigente do partido acredita que não existirão “desenvolvimentos mais sólidos antes de 2025″.
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