Estava decidido há cinco meses e entra agora em vigor: já estão todas a ser retiradas e a partir desta sexta-feira não há nem mais uma trotinete elétrica de aluguer nas ruas de Paris. Depois de, em 2018, a capital francesa se ter tornado pioneira na introdução deste modelo de circulação, agora volta a entrar na história no momento de o banir.
A decisão foi tomada depois de uma consulta aos moradores parisienses (que levou mais de 100 mil pessoas a pronunciarem-se) e na qual a esmagadora maioria (quase 90%) votou contra a manutenção das trotinetas. Na altura, a presidente da câmara municipal, Anne Hidalgo, saudou a “vitória da democracia local” e estabeleceu 1 de setembro como o dia em que Paris passaria a ser uma cidade limpa do regime self service de trotinetes — ao não renovar os contratos com as três operadoras privadas (Lime, Tier e Dott) que terminaram esta quinta-feira, dia 31 de agosto.
Paris torna-se a primeira grande capital europeia a banir as trotinetes elétricas
O tema das trotinetas elétricas tornou-se polémico nos últimos anos, o que levou as preocupações a aumentaram, nomeadamente devido ao número de acidentes — só em 2022, em França, três pessoas morreram e 459 ficaram feridas —, e a questão a chegar à discussão política.
A Câmara de Paris considera que a rede de transportes públicos será capaz de colmatar a vaga deixada pelas trotinetes, tendo em conta que muitos jovens com menos de 35 anos e estudantes usavam este modo de transporte, mas esse é uma das grandes incógnitas pós-decisão.
As trotinetas serão distribuídas por outras cidades: a Tier vai fazer regressar aparelhos à Alemanha ou à Polónia, particularmente para Varsóvia; a Lime vai enviar para Lille, Londres, Copenhaga e para diversas cidades alemãs e a Dott deve apostar em Tel Aviv.