De entre as 471 páginas do relatório anual sobre o estado da educação esta terça-feira revelado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), um relatório que enfatiza a importância de aprendizagem e escolarização para “melhorar as perspetivas sociais e económicas dos indivíduos”, salta à vista uma conclusão: a desvalorização salarial dos professores, uma tendência que atravessa quase metade dos países analisados para o relatório deste ano.
“Em todos os países da OCDE, exceto seis, os salários dos professores do ensino secundário inferior [2.º ciclo, no sistema de ensino português] cresceram menos de 1% por ano em termos reais desde 2015”, pode ler-se na edição de 2023 do Education at a Glance, cujos redatores preferiram começar pelas notícias menos más, que dão conta de um baixo crescimento de salários no setor. “Pior ainda, os salários reais [ajustados à inflação] diminuíram efetivamente em quase metade dos países da OCDE com dados disponíveis“, continua o relatório, que dá conta de um problema de “escassez de professores” que é comum a “muitos países” dos 38 que integram a organização.
Portugal, onde “o descongelamento dos salários dos professores em 2018 permitiu a recuperação gradual dos salários dos professores até 2022”, pode ler-se no documento, é um dos países em que essa realidade se verifica: nos sete anos entre 2015 e 2022, os professores do ensino secundário superior (3.º ciclo) viram os seus salários diminuir 1%.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.