O terceiro suspeito da morte do agente da PSP Fábio Guerra, em março de 2022, à porta da discoteca Mome, em Lisboa, entregou-se esta segunda-feira às autoridades no Campus da Justiça, e vai ser presente na terça-feira a juiz para conhecer as medidas de coação.
O suspeito, Clóvis Abreu, surgiu acompanhado pelo advogado Aníbal Pinto, depois de mais de um ano e meio sem se apresentar às autoridades, tendo agora ficado à guarda da Polícia Judiciária.
“Há um ano e meio o senhor Clóvis Abreu fez um requerimento a dizer que se queria apresentar e aguardou que fosse marcado. Houve uma dificuldade de comunicação, um engano, não sei o que aconteceu… Nunca recebeu um requerimento a dizer para se apresentar. Portanto, tornou a fazer outro requerimento, teve a resposta e hoje apresentou-se”, explicou o mandatário aos jornalistas.
Clóvis Cláudio Duval Abreu, de 26 anos, está indiciado por homicídio qualificado em coautoria com Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko, dois ex-fuzileiros, que entretanto foram julgados e condenados — a 20 e 17 anos de prisão, respetivamente.
Em declarações às televisões à saída do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, Aníbal Pinto lembrou que Clóvis Abreu se apresentou esta segunda-feira de forma voluntária e que isso deveria significar uma medida de coação aplicada pelo juiz de instrução criminal que não implicasse a privação de liberdade.
Ex-Fuzileiros. Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko condenados a 20 e 17 anos de prisão pelo homicídio de Fábio Guerra
“Estava perfeitamente ciente de que poderia e deveria ser detido, no meu entender de forma desnecessária. Amanhã, o juiz de instrução vai aplicar uma medida de coação, aguardaremos. Para que ele seja privado de liberdade é preciso que exista um dos pressupostos… Não há perigo de fuga, não há perigo de continuação da atividade criminosa, não há perigo de perturbação de inquérito”, salientou.