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“Poucos sabem da quantidade de trabalho de que estes tipos são capazes” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 26, 2024

Será Jon Bovi capaz de voltar a cantar ao vivo e, mais do que isso, fazer os concertos de quase três horas a que habituou os fãs? A dúvida é agora pública, desde que se soube que o cantor foi operado às cordas vocais em 2022 e que não está a 100%.

A decisão para avançar para a cirurgia foi adiada durante muito tempo e essa jornada é acompanhada em Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story, que se estreia na Disney+ esta sexta-feira, 26 de abril. Inicialmente, o vocalista dos Bon Jovi queria deixar esse lado mais íntimo fora da série documental. O realizador, Gotham Chopra, soube “instintivamente que aquilo ia ser uma parte muito importante da história” e convenceu-o a mudar de ideias.

O resultado divide-se em quatro episódios que juntam um arquivo nunca antes visto dos 40 anos de carreira da banda de Nova Jérsia: desde o burnout causado por seis anos intensos na estrada que quase os separou logo no início, à dolorosa saída do icónico guitarrista Richie Sambora, passando pela tenacidade de um miúdo que não aceitou o “não” de dezenas de editoras e fez de Runaway um sucesso que tirou Jon Bon Jovi, Richie Sambora, David Bryan, Tico Torres e Alec John Such do anonimato em 1984.

Além das imagens revivalistas, das entrevistas aos membros (incluindo aos mais recentes Phil X e Hugh McDonald), dos ensaios e de uma digressão de 15 datas pelos EUA em 2022, a série documental consegue acompanhar o dilema de um homem face à possibilidade de perder o que faz dele aquilo que é: a voz.

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Depois de meses de recuperação pós-cirúrgica, Jon reuniu-se entretanto em estúdio com os restantes Bon Jovi e o resultado é um novo álbum, Forever, à venda a partir de 7 de junho. Daí até ser possível apresentá-lo ao vivo não há certezas. Porém, Gotham Chopra (que nunca tinha feito nenhum projeto ligado à música) acredita na tenacidade do vocalista. Foi disso que falou com o Observador antes da estreia de Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story e é exatamente isso que sobressai nos episódios, que não se destinam apenas aos fãs de AlwaysWanted Dead or Alive e Livin’ on a Prayer, mas são um capítulo imprescindível da história do rock.

[o trailer de “Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story”:]

Tem no currículo um historial de documentários de desporto. Como é que acaba a fazer um projeto sobre os Bon Jovi?
Na verdade, foi o Jon [Bon Jovi] que me abordou. É um grande fã de desporto e tinha visto algo que eu tinha feito sobre o jogador de futebol americano Tom Brady [Man in the Arena]. O Tom jogou durante 20 anos e teve muito sucesso, por isso o Jon [Bon Jovi] disse: “O Tom jogou 20 anos, a nossa banda está quase a fazer 40 e nunca contamos realmente a nossa história. Gostei do que fizeste. Estaria interessado em fazer isto”? Não demorei muito tempo a dizer que sim, claro. Não estava realmente preocupado com o fator do desporto porque até há elementos muito semelhantes. Mais do que tudo, isto é sobre criar uma relação e eu e o Jon tivemos química, penso eu, muito cedo. Também sabia que ele tinha reunido muito material e há tanta coisa aí fora que fiquei empolgado muito depressa.

Acompanha uma parte da vida do Jon que é muito privada, os problemas de saúde, especialmente com as cordas vocais. Teve acesso total ou essa parte teve de ser negociada?
A visão original do Jon quando falou comigo era a de fazer uma retrospetiva, já que a banda estava quase a fazer 40 anos. Mas, ao observá-lo, comecei a perceber que se passava algo com a voz dele. Perguntei-lhe e ele explicou que estava a ter dificuldades há dois anos. Penso que começamos o projeto em fevereiro [de 2022]. Ele disse que em março iam fazer ensaios e que em abril iam voltar à estrada para 15 datas nos EUA para perceber “se ainda consigo fazer isto?”. Mas, disse-me ele: “Essa parte provavelmente não é para o documentário”. Eu respondi: “Jon, isso é definitivamente para o documentário. Parece incrível e tudo o que construíram nestes 40 anos está em jogo”. O Jon é um tipo inteligente, percebeu onde eu queria chegar e, apesar de não nos conhecermos assim tão bem nessa fase, ele confiou. Também lhe disse: “Não podemos [um dia, mais tarde] voltar atrás para captar isto. Portanto, vamos filmar agora e depois logo vemos como tudo se encaixa”. Foi assim que começou. Ele deixou-me ir com ele para a estrada, mantivemos [a equipa] pequena, ainda estávamos na pandemia e, assim, construímos a confiança. Ele deu-me acesso e eu soube instintivamente que aquilo ia ser uma parte muito importante da história.



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