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No hospital oftalmológico mais antigo da Palestina, política e religião ficam à porta. “Pode ser-se sugado para apoiar um lado, é perigoso” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 6, 2023

“Para se gerir este hospital de oftalmologia, tem de se ser um bom administrador e um bom político.” Esta é a convicção de Ahmed Ma’ali, o diretor-executivo do Saint John of Jerusalem que lidera o complexo hospitalar apenas dedicado à oftalmologia, o único do género situado em territórios palestinianos, seja na Faixa de Gaza, seja na Cisjordânia. “É algo complexo”, admite, em entrevista ao Observador, o médico que trabalha naquela instituição há mais de 33 anos.

Em Lisboa para receber o prémio Champalimaud de Visão 2023, Ahmed Ma’ali diz que a distinção é uma “honra e privilégio”, motivando a equipa que lidera a “fazer mais”. “É o reconhecimento global para os cuidados humanitários que tentamos providenciar e pelo quais lutamos. Porque isto é uma luta. É uma luta contra a cegueira num ambiente muito complexo e desafiador”, refere, indicando que o valor de um milhão de euros que o centro hospitalar vai receber será investido para instalar um novo hospital no norte da Cisjordânia, em Nablus.

Num território dilacerado por um conflito que já dura há mais de 75 anos, Ahmed Ma’ali garante que o centro hospitalar sempre se manteve “apolítico”, recusando favorecer qualquer uma das fações. “Temos uma boa relação com todas as autoridades, quer sejam israelitas, quer sejam palestinianas”, indica, colocando, contudo, uma linha vermelha: “Temos uma política no hospital: não temos quaisquer relações diretas com o Hamas.”

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