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Quando o “ilusionista” enfrentou “Pentes” e perderam os dois para o “homem-borracha” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 30, 2023

Não havia jeito de arrumar a casa. Cinco anos depois do fim do cavaquismo, os sociais-democratas continuavam órfãos de um líder forte que fosse capaz de devolver o partido ao caminho das vitórias. Fernando Nogueira, traído pelo tabu presidencial do criador, e Marcelo Rebelo Sousa, empurrado pelo divórcio com Paulo Portas, já se tinham tornado vítimas do apetite da máquina de triturar líderes em que se transformaria o PSD – seriam nove em 15 anos, até Pedro Passos Coelho chegar ao poder. Nos primeiros dias de 2000, Durão Barroso era o alvo a abater. Sucedera a Marcelo, perdera as legislativas de 1999 por números redondos e desesperava agora com as presidenciais. Muitos barões conspiravam nas sombras. E dois homens emergiam como adversários.

A 19 de janeiro de 2000, o “Público” titulava: “Freitas abala o PSD – Durão Barroso sem candidato e cercado por Santana e Portas”. O texto que alimentava a manchete do jornal era todo um tratado sobre política palaciana: “Durão Barroso não tem candidato presidencial e dificilmente aceitará o pacto proposto por Freitas do Amaral. Cavaco Silva continua a perseguir o delfim. Santana avançará com o nome de Freitas, mas boa parte do partido não canta ‘hossanas’ ao professor. Aparentemente, Pinto Balsemão desistiu, irritado com as hesitações do líder do PSD. Resta a solução de dizer ‘o candidato, naturalmente, sou eu’ ou pedir a Marcelo que, por favor, avance”.

O líder do PSD estava “cercado”. O mau resultado nas legislativas era motivo bastante para cortar a cabeça à liderança do partido, atiçavam os críticos. O psicodrama das presidenciais era só um pretexto. Além de Pedro Santana Lopes, havia outra figura a ser insistentemente apontada à liderança: Luís Marques Mendes, que, depois de se ter afirmado como figura do cavaquismo, tinha feito o seu próprio caminho como líder parlamentar de Marcelo Rebelo de Sousa. Mas estava longe de gozar da popularidade de que hoje goza. Era, para todos os efeitos, apenas um respeitável underdog. Para piorar a situação de Barroso, 20 anos antes de Pedro Nuno Santos ser notícia por regressar ao Parlamento para fazer sombra a António Costa, já Pedro Santana Lopes, vindo da Figueira da Foz para assumir o lugar de deputado, iniciava a prática dos regressos com grande estrondo.

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