Um palco sombrio. Dois caixões, ao alto, arremessados ao centro, dispostos paralelamente. Há teclas disfarçadas de tons escuros daquele lugar que não via um raio de luz, a não ser da porta de entrada que distanciava quem chegava para ver as sessões de concertos. Um pelas 21h e outro pelas 23h. Ao longe ouve-se Gondomar. Repete-se em uníssono “Gondomar, Gondomar, Gondomar”. Passa-se a primeira porta, a segunda, e estas palavras ficam ainda mais claras. Os decibéis alteram-se. Sobem. E é aqui que não há margem para dúvidas: o Conjunto Corona subiu ao palco.
Volvido um ano desde a última vez que se encontraram com o público, no Festival Paredes de Coura, em 2022, Db e Logos (Edgar Correia) regressaram a uma das casas em que tocaram pela primeira vez, em 2014. Quase uma década passada, não contiveram o que ali vinham trazer: uma nova estética, novas sonoridades e uma nova face de Corona que começa quando esta personagem decide ir à bruxa. Depois de cruzar superstições, com o lançamento a assinalado a 13 de outubro, o Musicbox entregou-se a ESTILVS MISTICVS.
Faltavam cerca de três horas para a primeira sessão quando as portas da frente do Musicbox se abriram. Os artistas coordenam-se para jantar depois de um soundcheck e de uma preparação pouco menos intensa do que viria a ser em palco. Não faltou muito para que a fila à porta do bar se começasse a formar. A expetativa era alta e entre o burburinho que se fazia ouvir na plateia, cantarolar um e outro refrão do G de Gandim era quase uma despedida para o que se seguia.
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