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Uma casa de férias, umas férias em casa. Seis escapadinhas de sonho, do Gerês ao Alentejo – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 25, 2024


Lá fora, foi feita uma piscina inspirada nos tanques alentejanos – onde vale a pena reparar no detalhe engenhoso dos degraus de acesso – e mesmo junto à casa um alpendre de onde se vê Monsaraz ao fundo. Tudo convida ao descanso, numa simplicidade acolhedora desde abril partilhada com hóspedes “que também sonham ter um monte, nem que seja por uns dias”.

Para honrar o nome da propriedade, conhecida na aldeia de Cabeça de Carneiro pelos tempos em que aqui se fazia pão e queijo, à chegada é deixado um queijo de cabra fresco na cozinha – de manhã, é só pendurar um saco de pano no portão que o padeiro deixa pão alentejano fresquinho. A pedido, é também possível receber cabazes da Herdade Terra May, que explora ainda o restaurante Raya na praia fluvial Azenhas d’el Rey, a 10 minutos de carro.

Graças ao sofá-cama, o monte acomoda um total de seis hóspedes e é ideal também para crianças, que num passeio pelo olival darão com uma baliza para golos entre as oliveiras, e ainda um baloiço pendurado numa azinheira. No futuro, a ideia é ampliar o espaço e voltar a unir o monte com a casa do lado, que está desocupada e tem o forno antigo, todo em xisto.

Porto Covo

A partir de 400€ (estadia mínima de 3 noites no inverno e 7 no verão)

Num dia de sol a claridade é tanta que é difícil controlar o impulso de levar a mão ao interruptor. Há vários pormenores dignos de nota na Casa do Côvo, e o duplo pé direito, com uma janela rasgada no terraço, é mesmo um dos principais. Parece que alguém se esqueceu da luz acesa em pleno dia, mas é mesmo só mestria do arquiteto.

O projeto foi assinado por Ricardo Rosa Santos, que esteve longos anos no ateliê de Eduardo Souto de Moura, como denuncia o pesado livro sobre a obra deste arquiteto premiado com um Pritzker, pousado num aparador. No lugar de uma antiga casa de pescadores em mau estado, no centro de Porto Covo, Ricardo Rosa Santos fez nascer uma moradia unifamiliar contemporânea com dois andares, terraço e jardim onde a piscina, pintada de verde, segue o mesmo tom usado na cozinha e nas portas.

© Jorge Vieira

A Casa do Côvo é uma casa de família, como denunciam os brinquedos no quarto dos beliches e os matraquilhos de criança por baixo das lindíssimas escadas suspensas, mas está também disponível para arrendar em regime de self catering. Há um supermercado mesmo ao lado, zona de churrascos no jardim, lareira na sala, dois quartos de casal – um deles suite – e do terraço tem-se vista para o mar, a Ilha do Pessegueiro e a baía de Porto Covo. As melhores praias da costa alentejana estão, portanto, a uma curta distância.

“O projeto foi feito com o arquiteto tendo por base os nossos gostos e inspirações que trouxemos de viagens”, conta o proprietário, realçando que uma das principais preocupações era “conseguir ver o resto da casa a partir de qualquer ponto”. O resultado é um espaço fluido, onde se destaca o chão de tijoleira artesanal de Santa Catarina e também a decoração com mobiliário nórdico recuperado e uma bonita coleção de obras de arte assinadas por Palolo, José de Guimarães, Artur Rosa e Nikias Skapinakis, entre outros.

Lisboa

A partir de 250€ (estadia mínima de 3 noites)

Os frescos nas paredes destacam-se em cada apartamento, e foi por causa deles que toda a obra foi alterada. “No início o projeto de reabilitação foi feito achando que se iam deitar as paredes abaixo, mas quando descobrimos as pinturas foi preciso redefinir tudo”, conta Pedro Ramos, proprietário da Antiga Casa Pessoa juntamente com Maria Eugénia Ocantos.

O prédio na Rua dos Douradores, que terá sido referido n’O Livro do Desassossego e fica em plena Baixa de Lisboa, foi comprado devoluto pelos dois amigos quando ainda estavam a trabalhar em Inglaterra, já com a ideia de fazer um projeto de hospitalidade. “Queríamos ter um negócio nosso e trabalhar com um arquiteto”, conta Maria Eugenia. “Em Londres isso era inatingível e em Portugal há profissionais incríveis que nos dão a sua atenção e património que, infelizmente, está muito degradado.”



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